quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Viver Juntos


(Capítulo Oito)

SAVATER, Fernando. Viver Juntos. In: As perguntas da vida. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p.147-168.

Ninguém chega a se tornar humano se está sozinho. Nós nos fazemos humanos uns aos outros. Fomos “contagiados” por nossa humanidade: é uma doença mortal que nunca teríamos desenvolvido se não fosse pela proximidade de nossos semelhantes! Foi-nos passada boca a boca, pela palavra, mas antes ainda pelo olhar: quando ainda estamos muito longe de saber ler, já lemos nossa humanidade nos olhos de nossos pais ou de quem cuida de nós em seu lugar. É um olhar que contém amor, preocupação, censura ou zombaria: ou seja, significados. E que nos tira de nossa insignificância natural para nos tornar humanamente significativos. (...)

Sendo como somos, como humanos, fruto desse contágio social, à primeira vista é surpreendente que suportemos nossa sociabilidade com tanto desassossego. Não seríamos o que somos sem os outros, mas custa-nos ser com os outros. A convivência social nunca é indolor. Talvez justamente porque é importante de mais para nós, porque esperamos ou temos medo demais dela, por que nos incomoda precisar tanto dela. Durante um período de tempo muito breve, cada ser humano acredita ser Deus ou pelo menos rei de seu minúsculo universo conhecido.

A filosofia e a literatura contemporâneas estão repletas de lamentos sobre a carga que nos impõe viver em sociedade, as frustrações que acarreta nossa condição social e os preservativos que podemos usar para padecê-las o menos possível. Em seu drama Huis clos [Entre quatro paredes]. Jean-Paul Sartre cunhou uma sentença célebre, depois mil vezes repetia: “O inferno são os outros.” Isso significa que o paraíso seria a solidão ou o isolamento (que por certo estão muito longe de ser a mesma coisa). O tema da “incomunicação” aparece também das mais diversas maneiras em obras de pensamento, romances, poemas, etc. Às vezes é uma queixa pela perda de uma comunidade de sentido que supostamente existia nas sociedades tradicionais e que o individualismo moderno destruiu; mas em outros casos parece provir antes desse próprio individualismo, que se considera incompreendido pelos outros no que tem de único e irredutivelmente “especial”. Outros autores deploram ou se rebelam contra as limitações que a convivência em sociedade impõe à nossa liberdade pessoal: nunca somos o que realmente queremos ser, mas o que os outros exigem que sejamos! Alguns formulam estratégias vitais para que o coletivo não devore totalmente nossa intimidade: colaboremos com a sociedade enquanto nos for vantajoso e saibamos nos dissociar dela quando nos parecer oportuno. Afinal de contas, como disse em certa ocasião a empreendedora Mrs Thatcher, a sociedade é uma enteléquia e os únicos que existem realmente são os indivíduos...

(...) Sem querer contrariar Mrs Thatcher, parece evidente que as sociedades não são simplesmente um acordo mais ou menos provisório, mais ou menos conveniente, ao qual chegam indivíduos racionais e autônomos, mas que, pelo contrário, os indivíduos racionais e autônomos são produtos excelentes da evolução histórica das sociedades, para cuja transformação eles, por sua vez, depois contribuem. Como poderia ser de outro modo?

Os outros são o inferno? Só na medida em que podem tornar-nos a vida infernal ao nos revelar – às vezes com pouca consideração – as fissuras do sonho libertário de onipotência que nossa imaturidade autocomplacente gosta de imaginar. Vivemos necessariamente incomunicados? Sem dúvida, se por “comunicação” entendemos que os outros nos interpretem espontaneamente de modo tão exaustivo quanto nós mesmos acreditamos nos expressar; mas só muito relativamente, se assumimos que não é a mesma coisa pedir compreensão e fazer-se compreender e que a boa comunicação tem por primeiro requisito fazer um esforço para compreender esse outro de quem pedimos compreensão. Os outros e as instituições que compartilhamos com eles limitam nossa liberdade? Talvez a pergunta devesse ser formulada de maneira diferente: tem sentido falar em liberdade sem referência à responsabilidade, ou seja, à nossa relação com os outros?, não são justamente as instituições – a começar pelas leis – que nos revelam que somos livres para obedecer-lhes ou desafiá-las, assim como para estabelecê-las ou revogá-las? Mesmo os abusos totalitários ou simplesmente autoritários servem para compreendermos melhor - na resistência contra eles - as implicações políticas e sociais de nossa autonomia pessoal.

Por mais justificados que sejam os protestos contra as formas efetivas da sociedade atual (de qualquer sociedade “atual”), continua sendo igualmente certo que somos humanamente configurados para e por nossos semelhantes. É nosso destino de seres lingüísticos, ou seja, simbólicos. Ao nascer, somos “capazes” de humanidade, mas não atualizamos essa capacidade - que inclui entre suas características a autonomia e a liberdade - até gozar e sofrer a relação com os demais. (...) Ninguém chegaria à humanidade se não fosse contagiado pelos outros, pois tornar-se humano nunca é coisa de um só, mas tarefa de vários; mas, uma vez humanos, a pior tortura seria que ninguém nos reconhecesse como tais... nem sequer para nos aborrecer com suas censuras! (...)

Por que existe a discórdia? Sem dúvida, não é porque nós, seres humanos, sejamos irracionais ou violentos por natureza, como às vezes dizem os pregadores de trivialidades. Muito pelo contrário. Grande parte de nossos antagonismos provêm do fato de sermos seres decididamente "racionais", ou seja, muito capazes de calcular nosso benefício e decididos a não aceitar nenhum pacto do qual não saiamos claramente ganhadores. Somos suficientemente "racionais" pelo menos para nos aproveitar dos outros e desconfiar do próximo (supondo, com bons argumentos, que ele se portará conosco, se possível, como nós tentamos nos portar com ele). Também usamos a razão suficientemente para nos dar conta de que nada nos traria tanto benefício como viver numa comunidade de pessoas leais e solidárias diante da desgraça alheia, porém nos perguntamos: "E se os outros ainda não se deram conta disso?", para concluir: "Eles que comecem, e eu me comprometo a lhes pagar na mesma moeda." Tudo muito racional, como se vê. A esta altura, espero não ter que lembrar ao leitor a diferença já reiterada entre o "racional" e o "razoável". Se preciso, observem a realidade que os cerca (na qual algumas poucas centenas de privilegiados possuem a imensa maioria das riquezas, ao passo que milhões de criaturas morrem de fome) e poderão concluir que vivemos em um mundo tremendamente racional mas pouquíssimo razoável...

Também não é verdade que sejamos espontaneamente "violentos" ou "anti-sociais". Claro que em todas as sociedades existem pessoas assim, que padecem de alguma alteração psíquica ou que foram tão maltratadas pelos outros que depois lhes pagam na mesma moeda. Não podemos, legitimamente, esperar que aqueles a quem o resto da comunidade trata como se fossem animais, utilizando-os como burros de carga e não se interessando por sua sorte, depois se comportem como verdadeiros cidadãos. Mas não há tantos casos como seria de se esperar (é surpreendente, de fato, o quanto se empenham em continuar sendo sociáveis até aqueles que menos proveito tiram da sociedade) nem rompem a convivência humana tanto quanto outras causas que diríamos opostas. Com efeito, os grandes enfrentamentos coletivos geralmente não são protagonizados por indivíduos pessoalmente violentos, mas sim por grupos formados por indivíduos disciplinados e obedientes, que foram convencidos de que seu interesse comum depende de que lutem contra certos adversários "estranhos" e os destruam. Não são violentos por razões "anti-sociais", mas por excesso de sociabilidade: têm tanto anseio de "normalidade", de se parecer o mais possível com o resto do grupo, de se parecer o mais possível com o resto do grupo, de conservar sua "identidade" com ele a todo custo, que estão dispostos a exterminar os diferentes, os forasteiros, os que têm crenças ou hábitos estranhos, os que se considera que ameacem os interesses legítimos ou abusivos do próprio rebanho. Não, não são abundantes os lobos ferozes e os que há não representam o maior risco para a concórdia humana; o verdadeiro perigo provém, em geral, das ovelhas raivosas...

Desde muito antigamente vem-se tentando organizar a sociedade humana de modo que ela garanta o máximo de concórdia. Por certo para conseguí-lo não podemos confiar simplesmente no instinto social de nossa espécie. É verdade que ele nos faz ter necessidade da companhia de nossos semelhantes, mas também nos pões em confronto com eles. As mesmas razões que nos aproximam dos outros podem fazer com que eles se tornem nossos inimigos. Como isso pode acontecer? Somos seres sociáveis porque nos parecemos muito uns com os outros (muito mais, sem dúvida, do que a diversidade de nossas culturas e formas de vida levam a supor) e em geral queremos todos aproximadamente as mesmas coisas essenciais: reconhecimento, companhia, proteção, abundância, diversão, segurança... Porém somos tão parecidos que freqüentemente desejamos ao mesmo tempo as mesmas coisas (materiais ou simbólicas) e as disputamos uns com os outros. É até muito freqüente desejarmos certos bens só porque vemos que outros também os desejam: a tal ponto somos gregários e conformistas!

(...)

As manifestações humanas mais características só podem ser compreendidas em um contexto social: são coisas que fazemos pensando nos outros e chamando-os por meio delas quando não estão presentes. Por exemplo, rir. O humor é um aceno em busca de autênticos "companheiros vitais" que possam compartilhar conosco o surgimento prazeroso e às vezes demolidor do sem-sentido na ordem rotineira dos significados estabelecidos. Nada é tão sociável nem une tanto como o senso de humor: por isso, quando numa reunião de amigos se ouvem muitas risadas ou se trocam sorrisos em profusão, dizemos que estão "se divertindo". Ou seja, estão se dando bem reconhecendo-se uns aos outros. Até quem ri sozinho na verdade está rindo à espera das almas gêmeas que podem unir-se a ele para rir. Em muitas amizades - e não poucos amores! - começam quando duas pessoas entendem um chiste que escapa aos outros...

A criação estética e seus prazeres também não podem ser entendidos adequadamente se não sãocompartilhados. Quando descobrimos algo bonito, a primeira coisa que fazemos é procurar alguém que possa desfrutá-la conosco: junto com ele ou com ela também nós desfrutaremos mais. As crianças pequenas passam a vida puxando os adultos pela manga para lhes mostrar pequenas maravilhas que às vezes os grandes são estúpidos demais para apreciar o quanto valem. Mas o que é a beleza? Por que é tão importante para nós descobri-la, criá-la e compartilhá-la? (...)

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Como não ser curioso, diante da maior dúvida? A criação do Universo, do mundo...consequentemente da vida!




Assistindo ao documentário no Youtube, aliás que me parece muito bom, pois não o terminei devido ao fato da enorme vontade de escrever sobre o tema, que ao final do artigo publicarei a vocês, decide me questionar em "público".
Não sei quanto a vocês, mas a mim parece quase sufocante essa dúvida, não sei se para as pessoas é mais fácil não dúvidar para não enlouquecer, se é assim preferível criar ideias fantasiosas a respeito de um ser ou uma divindade, mas se olharmos pela definição da palavra loucura/louco logo entre tantos significados é aquele que perde a razão...e o fato das pessoas criarem fantasias nada mais demonstram que por não possuirmos uma razão para a dúvida é preferível criar uma falsa razão, logo poderia defini-los como loucos por acreditarem em algo que os antigos impuseram para explicar o inexplicável, um mito. E o mais engraçado é que a finalidade dessa criação/ideia é para não enlouquecer.
Não sei se sou louca por pensar e não conseguir viver sem me questionar todos os dias diante disto ou se possuo a razão mediada. Não crio e não fantasio.
Vou citar algumas teorias sobre a criação do Universo:

Egipto: A terra surgiu do Nilo

Havia no Egipto Antigo vários mitos sobre a criação, contam-se pelo menos 10 divindades criadoras.
Antes de todas as coisas não havia senão trevas e “água primordial”, o Nun (oceano à semelhança do Nilo que continha todos os germes da vida).
Surgiu o senhor todo-poderoso Atum, que se criou a si próprio a partir do Num, por ter pronunciado o seu próprio nome, depois teve 2 gémeos, um filho Chu (que representava o ar seco) e uma filha Tefnut (ar húmido). Estes separaram o céu das águas e geraram Geb – a terra seca e Nut – o céu.

Grécia: A união do Céu e da Terra

Para os Gregos, o início da criação era o Caos, e este gerou Érebo (a parte mais profunda dos infernos) e Nyx (a noite). Estes fizeram nascer Éter (o ar) e Hémera ( o dia).
Depois Gaia (terra) tornou-se a base em que todas as vidas têm a sua origem. Úrano (céu) casou-se com Gaia (terra). Todas as criaturas provêm desta união do céu e da terra (titãs, deuses, homens).

Criação Bíblica

1º Dia – “Deus criou o Céu e a Terra”
2º Dia – “Deus fez o firmamento e separou umas águas das outras e chamou firmamento de Céu”
3º Dia – Houve a Terra e os Mares
4º Dia – Deus separou os dias e as noites
5º Dia – Surgem peixes e aves
6º Dia – Surgem outros animais. Deus cria o Homem
7º Dia – “Deus descansou”

Teoria do BIG BANG

Teoria mais aceite sobre a origem do Universo, segundo ela o Universo teria nascido a partir de uma concentração de matéria e energia extremamente densa e quente.
Nesse momento, ocorre uma explosão, o chamado Big Bang, que desencadeia a expansão do Universo, depois a matéria arrefece e passados um bilhão de anos, a matéria agrega-se para formar as primeiras galáxias.

Agora analisemos os dados apresentados: temos três mitos e uma teoria.
Para podermos melhor analisar devemos nos perguntar... o que diferencia teoria de mito?
Segundo nosso amigo aurélio:

Significado de Teoria
s.f. Conhecimento especulativo, ideal, independente das aplicações. / Conjunto de regras, de leis sistematicamente organizadas, que servem de base a uma ciência e dão explicação a um grande número de fatos. / Conjunto sistematizado de opiniões, de idéias sobre determinado assunto. / Fam. Utopia, irrealidade.

Significado de Mito
s.m. Narrativa popular ou literária, que coloca em cena seres sobre-humanos e ações imaginárias, para as quais se faz a transposição de acontecimentos históricos, reais ou fantasiosos (desejados), ou nas quais se projetam determinados complexos individuais ou determinadas estruturas subjacentes das relações familiares. / Fig. Coisa fabulosa ou rara: a Fênix dos antigos é um mito. / Lenda, fantasia. / Fig. Coisa que não existe na realidade.

Assim sendo, baseado nos dados para analise me surge outro questionamento o que seria então uma Teoria mitológica
Agora podemos facilmente responder a esta pergunta, Teoria mitológica seria um conjunto de de regras, ideias, fatos, explicações sobre acontecimentos históricos reais ou fantasiosos, que criamos para explicar o inexplicável.

Ufa!

Chegando a fim da analise podemos facilmente concluir que daí em diante não há como não se questionar se sufocar nessa imensidão que é a curiosidade a esse respeito, nem o Universo é maior que a curiosidade...a menos é claro que ele seja infinito...será? rs

Deixo por fim minha indgnidade com alguns seres humanos e o documentário para os assim como eu pensantes!

Deliciem-se!

01 de 06


Pense sistematicamente!

O pensamento sistêmico, de uma forma geral, pode ser definido como uma nova forma de percepção da realidade. Segundo Capra (1996) quanto mais são estudados os problemas de nossa época, mais se percebe que eles não podem ser entendidos isoladamente. São problemas sistêmicos, o que significa que estão interligados e são interdependentes. Deve-se sempre partir do princípio de que o todo e mais que a soma das partes, tendo desta forma o sistema como um todo integrado cujas propriedades essenciais surgem das inter-relações entre suas partes. Entender a realidade sistemicamente significa, literalmente, colocá-la dentro de um contexto e estabelecer a natureza de suas relações.

Capra (1996) apresenta a idéia de inter-relação entre os objetos e seres vivos, as coisas não são separadas, apenas ficam separadas momentaneamente ou mesmo aparentam estar separadas, no entanto temos que ter cuidado com a ilusão, pois a realidade pode ser outra. Os objetos e os seres vivos estão em constante relação, ha uma troca tanto subjetiva como objetiva nessas relações, não podendo ser estudadas, vistas, analisadas, entendidas separadamente.



Não é apenas observando a parte e remontando estes pedaços que eu consigo entender o todo.

É preciso separar o problema em partes para entender como um todo. (René Descartes)


domingo, 26 de setembro de 2010

Amor x solidão ! Estamos com fome de amor

Uma vez Renato Russo disse com uma sabedoria ímpar: "Digam o que disserem, o mal do século é a solidão". Pretensiosamente digo que assino embaixo sem dúvida alguma. Parem pra notar, os sinais estão batendo em nossa cara todos os dias.

Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes, danças e poses em closes ginecológicos, chegam sozinhas. E saem sozinhas. Empresários, advogados, engenheiros que estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, sozinhos.

Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos "personal dance", incrível. E não é só sexo não, se fosse, era resolvido fácil, alguém duvida?

Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho sem necessariamente ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico, fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão "apenas" dormir abraçados, sabe, essas coisas simples que perdemos nessa marcha de uma evolução cega.

Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção. Tornamos-nos máquinas e agora estamos desesperados por não saber como voltar a "sentir", só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós.

Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada no site de relacionamentos Orkut, o número que comunidades como: "Quero um amor pra vida toda!", "Eu sou pra casar!" até a desesperançada "Nasci pra ser sozinho!".

Unindo milhares, ou melhor, milhões de solitários em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase etéreos e inacessíveis.

Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento e estamos a cada dia mais belos e mais sozinhos. Sei que estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário, pra chegar a escrever essas bobagens (mais que verdadeiras) é preciso encarar os fantasmas de frente e aceitar essa verdade de cara limpa. Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia é feio, démodé, brega.

Alô gente! Felicidade, amor, todas essas emoções nos fazem parecer ridículos, abobalhados, e daí? Seja ridículo, não seja frustrado, "pague mico", saia gritando e falando bobagens, você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta.

Mais (estou muito brega!), aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso a dois.

Quem disse que ser adulto é ser ranzinza? Um ditado tibetano diz que se um problema é grande demais, não pense nele e se ele é pequeno demais, pra quê pensar nele. Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo ou uma advogada de sucesso que adora rir de si mesma por ser estabanada; o que realmente não dá é continuarmos achando que viver é out, que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo ou que eu não posso me aventurar a dizer pra alguém: "vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo, tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida".

Antes idiota que infeliz!

Arnaldo Jabor